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sábado, 1 de fevereiro de 2014

Como evitar tentações que desviam o foco da empresa?

Sua empresa quer desenvolver um aplicativo inovador mas gasta todo o tempo atendendo demandas genéricas? Não resiste à tentação de criar um sitezinho para a padaria da esquina? Se você está nessa situação, saiba que não está sozinho. Sei que essas oportunidades trazem retorno rápido e aliviam a “ansiedade” do caixa. Mas para onde levam pequenas empresas que ainda não conseguem se equilibrar sobre as pernas?

Como evitar tentações que desviam o foco da empresa? Oportunidade


Tenho conversado com muitos empresários da área de tecnologia que têm ideias de bons produtos próprios e não conseguem tirá-las do papel porque estão gastando todo seu esforço em serviços tipo “commoditie”. Querem explorar a inovação de valor mas acabam se afogando num oceano vermelho de concorrência e de lá nunca saem. Como, então, evitar que esses desvios não tirem a empresa do caminho?

Paradas? Só para o café


Trace o percurso da viagem, calcule quanto combustível vai gastar e só pare nos postos dessa estrada quando precisar realmente abastecer seu carro. Por último, o mais importante: não deixe que as tentações oferecidas nessas paradas façam você esquecer o destino. Em outras palavras, limite o tempo gasto com essas demandas. E não reserve mais que o necessário para pagar as contas.

Aí vale a disciplina para manter o combinado e não perder o rumo ao longo da estrada. Tem muita gente que até cola o Canvas na parede junto com uma frase que define de forma bem objetiva o negócio principal da empresa, como se fosse um mantra para ser repetido todos os dias. Neste caso, podemos fazer uma pequena alteração naquele ditado budista, que ficaria mais ou menos assim: "O caminho é importante e a chegada muito mais".

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Você tem medo do crescimento da sua empresa?

Josh é um garoto que, um dia, tenta ir na montanha russa do parque de diversões e acaba barrado por ainda ser criança. Revoltado, ele vai a uma máquina misteriosa e deseja ser maior. No dia seguinte, acorda como um adulto de 30 anos. Depois do susto inicial, Josh acaba conseguindo um emprego e se dá bem trabalhando em uma fábrica de brinquedos. Ele aproveita a nova vida de adulto, mas decide voltar a ser adolescente quando vê que não tem maturidade suficiente para suportar certas responsabilidades.

Robert Loggia e Tom Hanks em cena do filme "Quero ser grande"


Resumidamente, essa é a história do filme “Quero ser grande” (Big), com Tom Hanks, que já passou na televisão centenas de vezes desde a década de 1990 (eu assisti cinco vezes). Mas não estamos aqui para falar de cinema (por isso contei o fim do filme). Só estou falando desse clássico da Sessão da Tarde porque ele não saiu da minha cabeça enquanto conversava com um empresário outro dia. Ele não parecia em nada com o Tom Hanks, mas a história de sua empresa era bem parecida com a do filme.

Em poucos anos, bateu a marca de 500 clientes e se tornou a maior empresa de software da região Leste de Minas Gerais. Com o sucesso, o empresário agora queria ser ainda maior, mas estava com medo de crescer. A maioria pode pensar que se trata de um bom problema. Ruim seria se a empresa estivesse com falta de clientes, certo? Essa primeira impressão, porém, me parece tão ingênua quanto o desejo de Josh, que achou que seria fácil levar uma vida de “gente grande”.

Enfrentando o dilema


O dilema do empresário do Leste de Minas está baseado em um risco real e ele não me pareceu nada ingênuo. Ao contrário, sabia que os primeiros 500 clientes foram conquistados organicamente e que, para dar um salto maior e acelerar seu crescimento, precisava de ajuda. Sem apoio, teria um destino parecido com o garoto do filme, ou seja, não suportaria a pressão de ser grande porque não estava preparado para isso. Terminaria sem estrutura para atender os clientes e, assim, colocaria tudo a perder.

Como, então, enfrentar o desafio de pisar no acelerador e, ao mesmo tempo, fazer o negócio crescer de forma sustentável? Conheço muitas organizações que vivem a mesma situação, especialmente pequenas empresas de tecnologia, fundadas, geralmente, sobre bases de gestão pouco sólidas. Aliás, penso que o segredo está justamente no investimento em planejamento e estratégia, palavras que, às vezes, não são bem aceitas no mundo das startups por serem vistas como entraves burocráticos ao crescimento.

Adulto com cabeça de criança?


O fato é que não existe milagre. Cedo ou tarde, a empresa precisa organizar processos, profissionalizar sua gestão e criar condições para querer ser grande. Gigantes da mundo tecnológico atual, como Facebook, Twitter e outras que nasceram como pequenas ideias mirabolantes na cabeça de jovens empreendedores, não teriam chegado onde estão sem investir em gestão. Ser uma criança no corpo de um adulto não deu certo para Josh. Como uma empresa pode querer ser grande mantendo a (falta de) organização de uma pequena?